Pela primeira vez no Brasil, cinco metodologias diferentes são usadas em conjunto para monitorar um mecanismo de transposição de peixes, um dos maiores desafios de empreendimentos hidrelétricos. Especialistas da equipe de Meio Ambiente da Tractebel na América Latina que conceberam o projeto do mecanismo e, atualmente, monitoram o sistema ao longo de 1,2 quilômetros da barragem da usina hidrelétrica (UHE) Pimental, parte do complexo da UHE Belo Monte (11.233 MW), localizada no rio Xingu (Pará).

Conhecido popularmente como escada de peixe, o mecanismo visa garantir a livre movimentação da vida aquática através do barramento, principalmente dos peixes que transitavam livremente pelo rio.

As cinco metodologias utilizadas para monitorar a transposição dos peixes são:

1) Sistema de vídeo e imagem com registros dos peixes que estão saindo do mecanismo, durante 24h, sete dias por semana. 
2) Monitoramento por pit-tag (identificação por radiofrequência): pequeno chip implantado no peixe que permite acompanhar a movimentação dele dentro do canal. 
3) Biotelemetria: coleta de dados à distância, por meio de chip colocado nos peixes, que emite onda de rádio e sonoras, captados por antenas e hidrofones, que gera informações sobre a movimentação nos arredores da barragem.
4) Captura de peixes dentro e fora do canal para identificar a seletividade, tanto em espécies quanto em tamanho.
5) Monitoramento hidráulico: avaliação das principais características de vazão do canal, permitindo relacionar isso com a passagem dos peixes. Aqui ocorre uma rara e importante interação entre a engenharia e a biologia, que permite verificar se há oportunidades de melhorias no mecanismo.

“Ter participado de todas as etapas de implementação do mecanismo de transposição de peixes da UHE Belo Monte tem imenso valor para a Tractebel, pois, através do trabalho de monitoramento que desempenhamos atualmente, temos a oportunidade de fechar o ciclo de todo o projeto, o que nos dá a oportunidade de avaliar se o que projetamos cumpre os objetivos do empreendimento”, comenta Raoni Rodrigues, coordenador do projeto de implantação e monitoramento do mecanismo de transposição e peixes.

Dois milhões de indivíduos foram contabilizados nas primeiras 360 horas de imagens analisadas, provenientes do sistema de vídeo. Um número fora dos padrões e que surpreende até mesmo a equipe que gerencia o sistema, já que não há registros anteriores sobre esse volume de peixes sendo monitorado.

Tractebel e UHE Belo Monte

Desde 2007, a Tractebel desempenha atividades para a usina que está localizada no estado do Pará. Desde o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) até a coordenação e implantação dos planos, programas e projetos ambientais dos meios físico e biótico, são realizados pela equipe de Meio Ambiente da Tractebel na América Latina.

Clique aqui e assista ao vídeo sobre o mecanismo de transposição de peixes, produzido recentemente pela Norte Energia, consórcio responsável pela construção e gerenciamento da UHE Belo Monte.